domingo, 22 de fevereiro de 2009

Galheta - Floripa - SC

Já falei de José Agripino, uma pessoa que conheci através da NET. Conhecedor de vários locais naturista e contando sempre um pouco dos problemas e lutas de cada local.

Hoje gostaria de escrever sobre Galheta e um pouco do refinado casal Miriam e Affonso que tive a oportunidade de conhecer casualmente em Tambaba, no restaurante do hotel Viking. Muito gentilmente convidaram a Rosana e eu para irmos a uma das pousadas no próximo dia para uma festa de despedida. Nessa pousada foi a onde o Maurício Kubrusly gravou as cenas finais da festas que apareceu no Fantástico.

Voltando a Galheta, Jose contou:

"Querem o recanto naturista menos tocado pelas mãos humanas? Uma praia de mais de 2km de extensão sem qualquer obra humana? De ondas tranqüilas de uma enseada protegida? Área com acesso fácil por uma trilha bem sinalizada que começa na praia vizinha e não tem qualquer dificuldade para idosos ou crianças irem? Um local onde realmente não importa se é homem solteiro, casado, mulher solteira, casada... Então você deveria conhecer GALHETA-Florianópolis-SC.

MAS ATENÇÃO!!! Vá logo! Pois este paraíso pode deixar de existir em breve!"

Fiquei espantado co essa afirmação. Sabia dos problemas de segurança na praia durante a semana. Quanto participando de um Congresso em Floripa, Rosana tentou ir a Galhetas, mas desistiu no meio do caminho (ela foi pela trilha que começa na praia Mole) ao encontrar homens nus se masturbando no caminho. As fotos que Miriam e Affonso mostraram do local são realmente lindas.

Continuando o relato do José justificou dizendo:

"Ocorre que todo o litoral da ilha de Santa Catarina está loteado por hotéis, condomínios de luxo e uma baita exploração e logo ao lado de Galheta temos a Praia Mole que é um dos pontos mais importantes do litoral (principalmente para surfistas e jovens)(é desta praia que sai a trilha para Galheta). Com isto vários empreendimentos imobiliários tentam acabar com o parque de preservação ambiental de galheta, que é uma área onde o naturismo é oficialmente aceito mais não obrigatório.

"Aliás, ai também está outro grande problema... a Associação dos Amigos de Galheta fez algo inédito no Brasil e seguiu totalmente os princípios das áreas públicas naturistas da Europa. Na praia da Galheta não existe a obrigatoriedade da nudez. Acredita-se na convivência pacífica dentre Naturistas e textils. Acredita-se que você pode ir a praia com sua família, todos tirarem a roupa, mas aquele seu cunhado que não se sente a vontade em estar nu pode estar junto a vocês sem restrições."

"A AAGal é muito pequena (não temos dados corretos, mas deve ter em torno de 5 ou 6 sócios) sendo que alguns deles já bem idosos."

Realmente, sem sócios e sem uma lei rígida temos o grande problema de exploração das areias da praia, por pessoas que nada tem a ver com a filosofia naturista, ao ponto termos os seguintes problemas:


 

  • Lixo solto desordenadamente pela areia e encostas.
  • Devastação da mata siliar por fogueiras e "churrascos"
  • Destruição de plantas nativas e nascentes de água doce
  • Pontos de prostituição durante todo o dia e principalmente final da tarde
  • Pouquíssima gente praticando o naturismo
  • Numero insuportável de homens vestidos só de olho em quem tira a roupa...
  • Falta de segurança.


 

"Com tudo isto a exploração imobiliária tem tentado acabar com o naturismo em galheta, para posteriormente acabar com a AAGal (já que o naturismo é a peça fundamental da AAGal). Já lançou vários projetos na prefeitura com este objetivo."

Pesquisando na NET, no site do Gabeira, achei uma noticia antiga (copia mais abaixo) afirma que "Vereador diz que falta segurança e quer suspender prática na Galheta, que tem lei que a ampara". Logo é um problema antigo.

Acabando com a Galheta, teremos o fim de outra área naturista brasileira. O fim da única área realmente democrática do naturismo brasileiro e a única que segue realmente os princípios das áreas naturistas-publicas da Europa.

A AAGal, nas pessoas do incansável casal Affonso e Miriam tem batido sempre na mesma tecla em todos os eventos naturistas no Brasil. Solicitam apoio da FBrN para a AAGal, solicitam que a FBrN apóie eles junto a prefeitura de Florianópolis, mas até agora, a luta deles é solitária pois nunca vi nenhuma ação ou ao menos manifesto da FBrN em apoio a esta área. Alguém tem algum documento da FBrN em apoio a Galheta?

Parece que não é de suma importância para a FBrN a existência desta área nos moldes europeus.

Parece que não é de suma importância para a FBrN a manutenção de uma das 6 praias naturistas brasileiras (oficiais).

Parece que o estado de SC que já foi símbolo do naturismo brasileiro durante os anos "Celso Rossi" agora está apagado, será que estão tentando esconde-lo dos olhos menos atentos...

Ah. Sim! Temos Tambaba! A praia é linda e o Congresso foi elogiado pelos estrangeiros. As trapalhadas que lá existiram...bobagem, o que importa é ... Galheta? Para que Galheta?


 

Fonte http://www.gabeira.com.br/causas/causa.asp?id=1433&idSubd=33


 

Nudismo pode ser proibido em praia de SC
10 / 12 / 2005


 

Vereador diz que falta segurança e quer suspender prática na Galheta, que tem lei que a ampara.

A praia nudista da Galheta, em Florianópolis (SC), corre o risco de ser interditada. Sob o argumento de que falta segurança no local, o vereador João Batista (PDT) encaminhou projeto de lei que determina a suspensão da prática no local. Uma das mais conhecidas do Brasil, a praia recebe até mil turistas por dia durante o verão verão.

O nudismo na praia da Galheta é amparado por lei (diferente de outras praias de nudismo pelo Brasil, nas quais há a liberação por decreto municipal, que pode ser revogado a qualquer momento pelo prefeito). Está há 15 anos sob proteção jurídica.

"Não sou contrário ao naturismo, mas às condições para praticá-lo. [Na Galheta] a pessoa pode ser estuprada, desrespeitada, e isso não vou deixar acontecer", afirmou o vereador.

Há ainda, segundo o parlamentar, briga com os pescadores, afogamentos e pessoas que vão à praia com intenções que não a da prática do nudismo. "Não existe respeito. Há gente que vai para fazer orgias."

Não é obrigatório entrar nu no local. O presidente da Associação Amigos da Galheta, Afonso Alles, concorda que há falta de fiscais no local e diz que pede, todos os anos, policiamento e salva-vidas.

Mas, segundo ele, o projeto vai atender a outros interesses. "Isso vai acabar trazendo especulação ao setor imobiliário. É o que está em jogo", diz Alles.

Para ele, os incidentes que ocorrem na Galheta são similares aos de outras praias.

"O problema é na época da tainha, quando os pescadores acabam implicando com os banhistas nus", explica.
A associação sem fins lucrativos é responsável pela preservação da área -um parque ecológico. "Só não temos poder de polícia para expulsar as pessoas."

Sem estatísticas

O coronel Mário Cézar Simas, comandante do policiamento metropolitano da capital, afirma que não possui o número exato de registros de ameaças, insultos e agressões no local.

"Mas é uma coisa natural que aconteçam esses casos porque Santa Catarina é um Estado muito conservador." Segundo ele, a PM irá aguardar uma orientação da Secretaria da Segurança Pública para tomar providências.

Posto policial

A assessoria da secretaria disse que não há um posto policial na Galheta e que, de fato, falta efetivo no órgão. Há concursos públicos para o preenchimento de vagas. Uma audiência pública foi feita nesta semana e uma outra está marcada para acontecer após os dois primeiros meses do ano. "Vou esperar para ver se haverá um comprometimento do poder público. Se isso ocorrer, arquivo o projeto", diz Batista.