quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Caso Nelci Rones: Ainda sem vítimas ou evidências

Recebemos isto, do jornal Contraponto de Paraíba. Nelci Rones continua preso lá perto de Tambaba, e a polícia e Ministério Público continuam sem vítimas e sem evidências.

 
G-8 Contraponto PARAÍBA, 30/12 a 06 de janeiro do 2011
Geral

Naturista pode estar sendo vítima de injustiça e preconceito do MPE

Sem qualquer prova contundente da prática de pedofilia, naturista continua preso apesar de não haver vítimas

A prisão do naturalista Nelci Rones Pereira de Souza, ex-presidente da Sociecidade Naturista de Tambaba (Sonata), acusado de prática de pedofilia de distribuição de imagens de crianças nuas na internet, pode estar se transformando num clássico caso de "linchamento moral". Até agora, nem o Ministério Publico Estadual e muito menos a Policia apresentou prova contundente de que Nelci Rones tenha, de fato, praticado atos cruiminosas contra crianças.

Nelci Rones foi preso nuna operação coordenada pelo Ministério Publico Estadual contra a pedofilia. A ação foi plenamente gravada por praticamente todas as redes de televisão e pubicada nas edições de todos os jornais do Estado. Com ele, foram encontradas várias fotografias de crianças e adolescentes nuas.

Dito dessa forma, parece que Nelci possuia apenas fotos de crianças e adolescentes. Na verdade, o naturista tinha também em seu poder outras fotos com adultos sem roupas, em praias de nudismo.

Ao que tudo indica, Nelci Rones foi vitima de um grande equivoco e, agora, vai ficar difira para o Ministério Público admitir publicamente que prendeu, expôs em frente de câmeras de tevê e fotografias de jornais uma pessoa inocente.

A operação coordenada pelo MPE chegou a Nelci Rones a partir de denúncia anônima de que ele recebia crianças e adolescentes em casa, no município do Conde, onde ocorreriam abusos sexuais. Na residência do naturista a operação localizou apenas fotos de pessoas nuas, inclusive de
crianças e adolescentes. De posse das fotos, não foi difícil para o Ministério Público efetuar a prisão em flagrante de Nelci Rones. E é exatamente ai onde pode ter se estabelecido a diferença entre o fato e a versão. Para a Polícia e o Ministério Público, a simples posse de fotografias de crianças e adolescentes já caracteriza crime de pedofilia.

Mas o depoimento dos filhos do naturista muda completamente o rumo da versão alardeada pelo MPE. A filha de Nelci, de frente para as câmaras de televisão, garante que tudo não passa de um mal-entendido. As fotos encontradas pela Operação seriam, na prende maioria, dos próprios filhos de Nelci em diferentes fases da vida.

Outra acusação contestada pelos filhos de Nelci e a versão de que o naturista postava fotos de crianças nuas na internet. E aí entra outra vez a diferença entre fato e versão. De fato, Nelci postava fotos de pessoas nuas na rede mundial de computadores. Dito desta forma, parece que ele fazia parte de uma organização internacional de pedofilos.

Na versão dos filhos, o papel de Nelci Rones na Sonata - entidade que administra a área de nudismo na praia de Tambaba - é justamente atualizar a página da entidade na Internet e de manter intercâmbio com outras instituições de difundem a filosofia naturista pelo mundo.

Visto dessa forma, as fotos apreendidas e a interpretação que o Ministério Público Estadual deu ao fato pode fazer a diferença entre crime de pedofila e preconceito e desinformação de nossos procuradores estaduais.

Até o momento, nenhuma vitima de abusos que Nelci Rornes tenha praticado se apresentou à Policia. E praticamente impossível que, diante de tanta exposição na mídia das imagens de tevê e fotografias do suposto 'pedófilo" nenhuma vítima tenha se apresentado para corroborar a acusação.

Inquestionável o papel do Ministério Público no seu mister de defender a sociedade num estado democrático de direito. Mas é preciso moderação por parte dos procuradores, sobretudo pela mega-exposição à mídia que vem recebendo nos últimas anos, para que, de defensores da sociedade, se transformem em algozes de pessoas inocentes, vítinas de acusações levianas e de interpretações fundamentadas, apenas, no preconceito.