segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Jacaré parado vira bolsa de madame.


Domingo agora, dia 24 de fevereiro de 2013, aconteceu uma manifestação pacífica, em prol da nudez pura e simples, e sem conotação sexual, no Parque Ibirapuera, na Praça da Paz, em São Paulo. Parabéns aos organizadores e aos participantes ( muitos naturistas) por esse movimento pacifico e organizado pela nudez sem conotação sexual em locais públicos, como um parque em São Paulo.

Para aqueles que quiserem ver algumas fotos veja o que saiu nos links abaixo:


ou em




Fiquei muito contente em ver novas pessoas (muitos jovens) presentes; e muitos não são ligadas ao movimento tradicional Naturista. De forma pratica fizeram o que muitos desejavam fazer, e de lambuja fizeram com que muitas pessoas parassem e pensassem um pouco sobre a questão da nudez social. Claro que existiram aqueles que manifestaram sua objeção à nudez, principalmente nos comentários que saíram na  publicação da cobertura dada pela mídia e jornais. O que mais se destacou é que foi um movimento pacifico e sem montes “placas” e “cartazes de protesto”.


O que aconteceu em volta...



Após uma dança ritual de cunho indígena, os participantes de despiram e chamaram as pessoas próximas - que quisessem - a se aproximar e ver de perto. Muitas pessoas se aproximaram para entender o que acontecia.


Acompanhei o evento um pouco afastado e notei que muitas famílias nem se importaram com o a nudez alheia. Continuaram jogando ou brincado com as crianças. Outros olharam de longe por um curto período, porém sem muito interesse.


Algumas senhoras se aproximaram, até fotografaram os rapazes. Rapidamente deram a volta e saíram reclamando que “era feios e a coisa tão feias e caídas quanto do...”  continuando na sequencia a dizer que isso era uma pouca “vergonha” e “olha as crianças” (como se crianças estivessem se importando com o evento). Parecia, que após ver e apreciar a nudez alheia, precisa “justificar” o ato de seu olhar prolongado e regado às fotografias dos rapazes nus...


Escutei duas outras senhoras que observavam o evento, sendo que uma delas grávida colocava a mão na lateral da barriga como se o bebê estivesse saltitando perante o espanto da mãe frente à coragem dos pelados em pleno parque. Esta disse “nossa quanta coragem! É preciso ser corajoso pra ficar sem roupa né?” a segunda diz “pois é - naturalmente como se a coisa parecesse simples – e pensar que nascemos nus e depois ficamos com tanto medo de ficar pelados”. A outra volta a comentar: “deve ser algum protesto para ficarem assim desse jeito” e o comentário da interlocutora que finaliza a conversa: “também estou tentando entender o que está acontecendo! Até agora não entendi”. A grávida continua olhando e alisando a barriga, intrigada, enquanto a outra se afasta e vai para outro lado do jardim.


E a pré-reação da FBrN..


Bom, como esperado, a FBrN declarou que não foi contatada para avaliar a conveniência da participação de suas afiliadas no evento. Para a oficialização ela (FBrN) requer um conjunto de informações fornecidas antecipadamente pelo organizadores. A orientação da INF-FNI como a FBrN desaconselha qualquer participação de eventos envolvendo nudez em protestos ou chocar ou agredir a sociedade têxtil. Não foi o objetivo do evento ocorrido, porem o simples fato de estar nu em um local não naturistas, como um parque, choca as pessoas. Seguem afirmando que qualquer atividade de conscientização de naturistas e simpatizantes,devem ocorrer no âmbito de espaços naturistas; ou nos encontros, eventos e congressos “oficiais” dos praticantes da filosofia de vida naturista. 


Como disse um amigo: “Não entendi! A Federação aceita realizar atividade de conscientização somente junto àqueles que já estão nos espaços naturistas”(!?). Tá certo indicar um local, uma praia por exemplo, para famílias naturistas. Requer uma certa segurança para os participante. Contudo, divulgar a nudez, feitos pessoas que sabem as consequências, onde todos foram informados, somente em locais de pessoas “já convertidas” é meio confuso. Se vamos fazer uma pregação, divulgar um novo conceito, uma nova ideia, de forma publica, não seria mais adequado em locais de pessoas não convertidas? Nesse ponto acho de muito valia o trabalho, por exemplo, de um Evandro Telles,que divulga nos seus livros e palestras conceitos sobre esse estilo de vida. 

Como disse a senhora grávida do parque, esse grupo – e de outra forma – mostrou que a nudez social pode ser tranquila e pacifica. Fez com que ela e outras pessoas refletissem sobre o tema, teve uma cobertura da mídia oficial ( é possível quantificar em dinheiro o quanto isso representou de divulgação) num domingo a tarde quente, num dos parques dessa grande cidade que é São Paulo.